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22 de mar. de 2010

A natureza do beija-flor

    Ao contrário das demais aves, que voam com o corpo na posição horizontal, o beija-flor voa na vertical. Por isso, suas asas não batem para cima e para baixo, como as de seus colegas de pena, mas para frente e para trás.
    Essa proeza requer um esforço enorme: o beija-flor precisa bater as asas mais de 60 vezes por segundo, e seu coração bate 1.260 vezes por minuto. E claro que, para ter tanta vitalidade, o beija-flor precisa de energia. Muita energia.
    Ele consome, a cada dia, entre metade e 3/4 do peso de seu corpo em açúcar. E é aí que vem o grande paradoxo dos beija-flores: nada menos que 80% da energia que eles produzem é gasta apenas para sustentar seu peculiar estilo de vôo. Se um beija-flor aprendesse a retirar o néctar das flores pousando na planta, em vez de ficar batendo asa ao lado dela, ele reduziria sua carga de trabalho em 80%. Teria menos estresse e não sobrecarregaria tanto seu coração.
    Por que então o beija-flor nunca pensou nessa solução mais cômoda? Porque então ele se transformaria em um passarinho qualquer, e aí teria duas opções na vida: ou ficaria trancado numa gaiola, piando na hora certa e ganhando sua raçãozinha de alpiste, ou viveria uma vida de pardal, voando anônimo pela vida.

    Ser diferente das outras aves não é a sua opção. É a sua natureza. Nas empresas, existem pessoas que estão sempre fazendo um monte de coisas ao mesmo tempo, freqüentando tudo quanto é curso que aparece, pulando para lá e para cá e, acima de tudo, tendo idéias e dando sugestões. São os beija-flores das empresas.
    Mas essa gente, quase sempre, é mal entendida pelos colegas de trabalho. O que o funcionário beija-flor chama de "entusiasmo", seus colegas classificam como "falta de foco". O que ele chama de "dinamismo", seu chefe chama de "dispersão".

    Por que o profissional beija-flor insiste em ser acelerado e criativo, quando seria muito mais fácil ser igual a todo mundo? Porque ser diferente dos colegas não é a sua opção. É a sua natureza.

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